quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Saude da angola

- Panorâmica geral
A guerra civil de Angola que terminou em 2002 após ter durado 27 anos afectou gravemente o estado de saúde e nutrição da população, sobretudo das mulheres e das crianças. A taxa de mortalidade infantil é a terceira mais alta do mundo. Com 260 mortes por 1000 nascimentos, uma em cada quatro crianças morre antes de completar cinco anos de vida. A taxa de mortalidade materna é também uma das mais altas do mundo, estimada em 1700 mortes por cada 100.000 partos. Estas mortes tendem a concentrar-se em zonas urbanas pobres e densamente povoadas e em áreas rurais sem acesso a serviços de saúde. As principais causas clínicas de morte materna são complicações hemorrágicas de abortos, septicemia e obstrução do trabalho de parto.
A malária é isoladamente a maior causa de mortalidade e morbilidade infantis em Angola e o maior problema de saúde pública. Anualmente são diagnosticados 1,4 a 2 milhões de casos em todo o país, e em 2002 66% desses casos deram-se em crianças com menos de 5 anos. O tratamento anti-malárico nem sempre está disponível na rede de saúde e não está padronizado em todas as unidades de saúde. Além disto, apesar de importantes campanhas de promoção e educação, a grande maioria do público não usa redes mosquiteiras. O Estudo de Indicadores Múltiplos (MICS) de 2001 constatou que a nível nacional apenas 10% das crianças de menos de 5 anos dormiam com rede mosquiteira e somente 2% usavam um mosquiteiro tratado com insecticida.
© Unicef Angola/ 2005 Cervantes
A problematica da má nutrição ainda não acabou
A má nutrição é também uma das causas principais de morbilidade e mortalidade infantis. Em 45% de crianças com menos de 5 anos, é considerada uma causa associada em duas de cada três mortes neste grupo etário. O agravamento da situação de pobreza dos agregados familiares e a insegurança alimentar continuam a contribuir para as taxas extremamente elevadas de emagrecimento nas crianças que foram detectadas em várias zonas, tanto durante a guerra como depois do cessar-fogo. O MICS revelou que 31% das crianças com menos de cinco anos tinham peso baixo e 6,2% estavam gravemente desnutridas.
Outras das principais causas da mortalidade infantil são as infecções respiratórias agudas, as doenças diarreicas e as doenças para as quais há vacina. A cobertura de vacinação está a aumentar, embora apenas 47% das crianças de um ano de idade estejam totalmente vacinadas. As taxas de doenças diarreicas agudas são elevadas, em parte devido à falta de acesso à água potável e a serviços de saneamento, particularmente nas zonas rurais onde cerca de 60% das casas não têm acesso a água potável e 75 por cento não dispõem de sanitários.

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