quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Cultura de Angola
Desde a Ocupação Portuguesa até hoje
O continente africano é considerado como o berço da humanidade. O território do actual estado angolano, é habitado desde o Paleolítico Superior, como indica a presença dos numerosos vestígios desses povos recolectores dos quais se deve salientar a existência de numerosas pinturas rupestres que se espalham ao longo do território. Os seus descendentes, os povos Sam ou Khm, também conhecidos pela palavra bantu mukankala (escravo) foram empurrados pelos invasores posteriores, os bantu, para as areias do deserto do Namibe. Estes povos invasores, caçadores, provinham do norte, provavelmente da região onde hoje estão a Nigéria e Camarões. Em vagas sucessivas, os povos bantu, começaram a alcançar alguma estabilização novas técnicas, como a metalurgia, a cerâmica e a agricultura, criando-se a partir de então as primeiras comunidades agrícolas.
Esse processo de fixação vai até aos nossos dias, como é o caso do povo tchokwé ou quioco, que em pleno século XX se espalhou pelas terras do povo Ganguela. A fase de estruturação dos grupos étnicos e a consequente formação de reinos, que teriam começado a ficar autónomos no século XIII.
Por volta do ano de 1400, surgiu o Reino do Congo mais tarde destacou-se deste no sul o Reino do Ndongo. O mais poderoso foi o reino do Congo, assim chamado por causa do povo Congo que vivia, então como agora, nas duas margens do curso final do rio congo. O Mani Congo, ou rei congo, tinha autoridade sobre a maior parte do norte da moderna Angola, governando através de chefes menores responsáveis pelas províncias.
O reino do Ndongo era habitado pela etnia Kimbundu, e seu rei tinha o título de Ngola. Daí a origem do nome do País. Outros reinos menores também se formaram nesse período.
Os reinos surgem da efectivação de um poder centralizado num chefe de linhagem (Mani, palavra de origem bantu) que ganhou o respeito da comunidade com seu prestígio e poder económico. provavelmente a partir do século XII os reinos começaram a conquistar autonomia.
D. João II, desde que subira ao trono, mostrara ardente e decido empenho em levar a cabo dois grandiosos projectos, cuja realização, glorificando o seu reinado, alongaria extraordinariamente os domínios portugueses além-mar: a continuação das descobertas inauguradas sob os auspícios do Infante e o prosseguimento das conquistas empreendidas por D. Afonso V.
Em 1482, um ano depois de assumir o governo, D. João II mandou Diogo Cão, seu escudeiro, prosseguir a descoberta para o Sul de África. Diogo Cão partiu de Lisboa com duas caravelas, no final do mesmo ano e descobriu a foz do Zaire.
O navegador foi bem acolhido pelo governador local do reino do Congo, que estabeleceu relações comerciais regulares com os colonizadores. Mas o reino de Ngola manteve-se hostil. Entre 1605 e 1641 ocorreram grandes campanhas militares dos colonizadores com o objectivo de conquistar as terras do interior e implantar o domínio político do território.
A dominação não foi tarefa fácil. Os chefes Ngola resistiram especialmente aquando da liderança da rainha Njinga Mbandi (1581-1663), que tinha grande habilidade política. Assim, o poder foi mantido com o reino dos Ngola por mais algumas décadas.
Também os reinos de Matamba e Kassange mantiveram a sua independência até o século XIX.

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